domingo, 23 de setembro de 2012

Trilha no Corcovado – Uma Aventura mais do que recomendada


Sexta-feira 14 de setembro de 2012. Essa seria a data da melhor trilha que já teria feito até então: a subida no morro do Corcovado. Não preciso nem comentar sobre o morro do Corcovado, mais famoso do que qualquer outro que se possa imaginar, pois afinal é no seu topo que encontramos o cartão postal número 1 da cidade, a estátua do Cristo Redentor. A altitude da montanha era de mais de 700 metros começando no Parque Lage – aos pés do Corcovado. Uma distância total estimado em meia dezena de kilômetros percorridos até o topo.
O Parque Lage foi o ponto de encontro com meus amigos. Em um grupo de 4 pessoas, acordamos cedo vencendo aquela preguiça matinal e nos preparamos para encarar essa trilha. Após nos reunirmos saímos em caminhando em busca da direção do início do trilha. Fato curioso é que já ali nos perdemos. Não tinhamos ideia de onde a trilha começaria. E ao perguntar por direção aos seguranças do parque conseguimos depois de um leve "bate-pernas" chegar ao local. Antes de começar a trilha deve-se passar em uma pequena cabana ainda no Parque Lage e registrar o nome do grupo deixando um telefone caso algo aconteça. Lá pegamos um mapa da trilha. Curioso é que os seguranças constantemente perguntavam se a gente era acostumado a fazer esse tipo de coisa pois a trilha era muito dura e consideravelmente perigosa. Adrenalina à parte, tomamos o caminho rumo a subida do Corcovado saindo a esquerda da cabana. O segurança chamou nossa atenção dizendo que o caminho era pela direita...

Agora finalmente no caminho do Corcovado seguimos os 4 pela floresta. A mata era um pouco fechada mas felizmente o caminho era único e não havia como se perder. O mapa mostrava a trilha mas não era muito claro. Após cerca de 20 minutos de caminhada encontramos o primeiro riacho, este indicado no mapa. A partir dali pude me localizar e ter uma ideia mais geral do caminho. Ao passar do segundo riacho cerca de 40 minutos de caminhada sabíamos que era preciso pegar uma outra trilha, esta mais ingrime e de mais difícil acesso.

Começamos a segunda parte da trilha, uma espécie de escalada mesmo pois constantemente necessitávamos do apoio de troncos de árvores pra ganhar impulso e/ou equilíbrio. Fato engraçado é que pensávamos que essa parte era curta e cada 20 metros esperávamos seu fim. E este só veio 1 hora e 40 minutos depois! Foi isso mesmo, mais de 1 hora e meia subindo e escalando o Corcovado e aproveitando as belas vistas que a natureza nos oferecia. 

As meninas que foram com a gente estavam exaustas, e toda hora era necessário paradas pra elas poderem pegar fôlego. Normal pra quem não é acostumado. A trilha do Corcovado é considerada uma trilha dura e pesada e sentimos na pele as palavras. Uma das minhas amigas sentiu ainda mais ao deslizar consideráveis metros ladeira a baixo ao dar uma pisada em falso. Uma outra parte bem dura é uma escalada sob umas pedras com o auxílio de uma corrente instalada lá. Deve-se atravessar uma dezena de metros sustentando seu corpo com a força dos braços enquanto vai se escalando com as pernas.
Agora quase no topo cruzamos com o trilho do Bondinho. Enquanto recuperávamos fôlego pudemos ver este passando na nossa frente, e mais, tocando um belo samba carioca. Aquela música no meio de toda aquela floresta me deu muito orgulho de estar ali e de ter nascido nessa Cidade Maravilhosa. Porque isso é o Rio!!
Mais de 2 horas e meia de trilha e só um pouquinho cansados, chegamos ao topo, chegamos ao pé do Cristo Redentor. Uma vez ali aproveitamos pra fazer uma visita mas antes tomamos aquele Powerade revigorante sabor uva. A volta? Bem...voltamos de van! Porque a gente merecia no final do dia...



Rock n roll!!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Côte d’Azur - Riviera Francesa [Parte I – Juan-les-Pins e Antibes]


Localizada no litoral sul da França, no Mar Mediterrâneo, a Côte d’Azur (Costa Azul) é composta por várias cidades litorâneas. As que foram visitadas nessa viagem foram: Juan-les-Pins, Antibes, Nice, Monaco, Cannes e Saint-Tropez.

A viagem foi feita durante 1 semana com 3 amigos brasileiros. Na verdade eu conhecia apenas um deles. Os outros dois eram amigos dele, mas além de ser uma ótima oportunidade pra conhecer outras pessoas, viajar em grupo é ainda uma ótima maneira de economizar. Estávamos todos de férias ou dos estudos ou dos estágios e seria minha última semana na França, nada melhor que aproveitar essa semana curtindo um lindo verão de final de julho.
A idéia original era ficarmos a semana inteira em Saint-Tropez, pois além de ser uma das cidades mais famosas estávamos loucos pra pegar boate la. O problema é que hotel e mesmo albergue (que são poucos) eram absurdamente caros. Depois de uma pesquisa feita pelo meu amigo vimos que a melhor opção era ficar em uma cidade menor conhecida como Juan-les-Pins. A gente mal sabia que seria a melhor escolha que a gente poderia ter feito.

Chegamos de trem saindo de Lyon em uma segunda-feira a noite, depois de muitas horas de viagem e trem atrasado. A empolgação era gigante. Além de poder curtir o calor e as praias queríamos pegar noitada, noitada que só a França saber proporcionar. E não deu outra. Ao chegarmos deixamos as coisas no hotel (um simples hotel 2 estrelas suficientemente aconchegante para 4 pessoas) e fomos dar um passeio no centro de Juan-les-Pins. Mesmo sendo segunda a noite a cidade estava lotada. Os bares todos cheios, gente de todos os lugares, com música ao vivo e até o samba a gente pôde encontrar. Paramos em um tradicional “Kebab” como ficaram conhecidas as pequenas lanchonetes árabes. Comemos e então conversamos sobre o que faríamos. Mesmo cansados da viagem o ambiente nos impulsionou a curtir a noite. Ao caminhar encontramos um grupo de 5 meninas e perguntamos se elas saberiam informar se por ali teria alguma boate legal. Elas disseram que naquela noite teria uma festa muito boa na Kiss e que o tema era “Praia”. O tema era perfeito para nós que estávamos de camisa de praia, shorte, chinelo e eu ainda usava meu chapéu maroto. E como no nosso grupo tinha menina, as meninas disseram que até meia noite as mulheres não pagavam e ainda consumiam champanhe de graça, ao contrário da gente que deveria pagar 18 euros. Conversamos e decidimos ir. Nossa amiga ficou na fila pra entrar na boate e aproveitar a promoção enquanto o resto de nós foi a um mercadinho comprar bebidas pra não ter que consumir dentro da boate. Assim como no Brasil as bebidas em boates francesas são super caras. Compramos uma garrafa de Absolut, sentamos na beira da praia, fizemos amizade com uma galera meio doida que tinha ali e então partimos pra boate. A boate estava perfeita. Não muito cheia e nem vazia. Muita gente bonita e animada, e a música estava muito boa (apesar de não ter o hábito de reparar nas músicas, estas me agradaram bastante). Ao lado da pista tinha uma piscina e nesta havia duas mulheres muito lindas de biquini que usando arminhas de água ficavam jogando jatos no pessoal que dançava. Não posso contar mais detalhes do que ocorreu naquela noite pra não me comprometer aqui, mas em geral foi uma noite muito bem aproveitada. Na volta, já quase amanhecendo, depois de beber um pouquinho acabamos de nos perdendo. A fome era enorme. Por sorte encontramos uma janelinha do nada com um homem fazendo e vendendo salgadinho. Compramos uns Quiches Lorraines (uma espécie de empada por assim dizer) a um preço bem salgado mas na fome vale tudo! Foi uma noite pra ficar na lembrança. 

Na manhã seguinte acordamos com aquela mini ressaca e fomos fazer turismo na cidade. Almoçamos um tradicional sanduíche de Atum comprado no supermercado (cada sanduíche custava menos de 1 euro, ou seja com menos de 2 euros estávamos com a barriga cheia) e seria este o sanduíche que comeríamos durante 1 semana sem descanso; e em seguida fomos à praia. A água era absurdamente linda. Tão clara que dava pra enxergar a sujeira dentro da unha do pé. Na areia os franceses aproveitavam pra se torrarem sob um sol quente de verão. O dia estava perfeito a viagem começara a 200%. Depois de um banho naquele marzão e de curtir um pouco o ambiente saímos pra tomar uma gelada porque a garganta tava pedindo. Finalizamos o dia indo a Antibes. Antibes ficava bem ao lado de Juan-les-Pins e eu particularmente não sei dizer quando acabou uma e quando começou a outra. Mas como era bastante perto acabamos dando um pulo lá. Tudo estava bem cheio, acho que o país inteiro tinha descido pro sul por conta do calor. Vale ressaltar que antes dessa viagem eu estava morando no norte onde no verão faziam 8 ou 10oC.

Em Antibes fomos direto a um forte que nos chamou bastante atenção. Andamos um bocado mas a vista valeu a pena. Dava pra ver os inúmeros barcos, lanchas e iates que tinham no bar ali. Um luxo sob águas que só seria superado em Saint-Tropez. Demos uma outra volta pelo centro da cidade e pelo comércio. Pensamos até em jantar alguma coisa ali mas no fundo ficaríamos bem mais satisfeitos com o sanduíche de atum do mercado e assim fizemos. Como não tinhamos dormido muito até então tiramos a noite pra repor as energias, pra poder aproveitar bastante o terceiro dia da viagem onde partiríamos bem cedinho à cidade do festival de cinema, Cannes. 

Parte II vem aí...

domingo, 9 de setembro de 2012

Viagem e “pseudo-trilha” em Bicuda Grande


Bicuda Grande é um distrito da região serrana de Macaé, no interior do estado do Rio de Janeiro. A Região Serrana atrai diversos turistas da cidade de Macaé, e até de municípios vizinhos, devido a grande beleza natural de seus distritos. De maio até novembro são realizadas festas na maioria deles.

Lembro a primeira vez que fui à Bicuda Grande, eu não devia ter mais de 13 anos. Tenho uma grande amiga de infância que possui um sítio la e assim como daquela vez ha quase 10 anos atrás, novamente nesse feriado de 7 de setembro acabei retornado à Bicuda.

Dessa vez fomos em dois carros e viajei com mais 5 grandes amigos. O sítio havia mudado bastante mas pra mim permanecia o mesmo. Fizemos churrasco e bebemos cerveja, comemos pizza “crua”no forno a lenha, passamos horas em jogatinas com Korsário e Truco e ainda tomamos banho gelado de piscina e cachoeira. Um feriado realmente bem aproveitado e em melhor companhia possível.

Na manhã de sábado acordei bem cedo e determinado a fazer uma primeira trilha naquela região. Tinha levado calça e botas, garrafa de água, bússola e um singelo canivete. Nenhum dos meus amigos estava disposto a me acompanhar mas fui assim mesmo, seria um grande desperdício deixar passar uma oportunidade dada pela Mãe Natureza. 

Assim, tomei um banho mega gelado e tomei um café revigorante. Ao sair da cabana encontrei com o caseiro do sítio e perguntei a ele se ele sabia onde ficava o início da trilha pra subir a montanha de Bicuda Grande. Ele, muito simpático, disse que nunca havia ido e que era bem perigoso ir sozinho e ainda mais sem conhecer o caminho. Disse a ele que ia me aventurar assim mesmo. Ele disse que ia me acompanhar até um outro sítio onde ele achava que a trilha começava. No caminho descendo pela nascente do rio ele me perguntou se eu estava equipado com um facão. Disse que tinha apenas um simples canivete. O caseiro disse que a mata era fechada e que alem disso tinha “onça” no caminho. E que uns dias atrás essas onças tinham matado todo o rebanho de um fazendeiro da região. Retirou então seu facão da cintura e disse pra eu amarrá-lo na minha. O facão, quase uma espada samurai, não tinha menos de 80cm. Aceitei o presente e continuamos a caminhada. Chegando ao sítio que ele falara perguntamos a uma senhora o início da trilha para o Pico de Bicuda Grande. Ela informou onde era mas disse que eu não fosse sozinho, que fazia tempo que ninguém tinha ido la e que devia estar bem fechada. E por último perguntou se eu estava levando corda. Eu me perguntei “corda? Aí é demais..”. Ela disse que tinha uma parte da trilha que tinha que atravessar grandes pedras e que necessitava de corda. Depois de relutar tanto acabei aceitando a derrota e desisti de subir essa montanha. Pelo menos por hora, um dia eu volto com certeza pra subir até o topo, foi a promessa que fiz a mim mesmo. Ao voltar o caseiro do sítio da minha amiga me falou de uma outra trilha, mais simples e tão bonita quanto que eu poderia fazer. Era uma outra montanha acima de todos os sítios. Me indicou o caminho e assim salvou minha trilha.

A trilha foi realmente muito simples. Um pouco mais de 2 horas sob um sol forte na região serrana. Belas paisagens e uma mata um pouco densa o que me obrigou a abandonar uma subida no alto da colina. O silêncio da natureza era demais! Ao longe dava pra se ouvir bem fraquinho o canto dos pássaros mas o que realmente marcou essa trilha foi o silêncio das árvores. Sem vento algum estas tinham suas folhas imóveis durante toda a subida. Me senti como um fantasma ali no meio daquilo tudo. Como se a minha presença fosse totalmente ignorada pela mata. E dessa sensação vou me lembrar por muito tempo.     

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pedal na floresta de Compiègne


Na manhã do dia 21/04/2012 peguei minha Bike e junto com um amigo francês partimos em direção à cidade de Compiègne. Compiègne é uma pequena cidade de 45 mil habitantes localizada no norte da França, na região da Picardie, cerca de 100 km ao norte de Paris. Compiègne é famosa na região por ter sido la, no século 15, a captura de Joanna d’Arc pelos borgonheses. E mais recentemente durante a guerra, em 1940, a assinatura do armisticio entre a Alamanha de Hitler e a derrotada França.
Nessa manha de domingo o sol ja estava forte no céu azul. Chegando a cidade fomos direto em direçao à sua floresta: gigantesca com mais de 14 mil hectares de superficie, a terceira maior floresta da França. Ela forma um circulo de 14 km de diametro e 43 km de perimetro. Monstruosa e bela, a floresta conta com 1200km de rotas ciclaveis e o ponto alto e principal da floresta é o Château de Compiègne, um dos castelos do Rei-Sol Louis XIV. Posteriormente aos seus sucessores do trono Louis XV e Louis XVI e até ao celebre imperador Napoleão (I e II).

Começamos o pedal por volta de 9 da manhã. Pegamos um mapa e fomos nos localizando por ele pois os caminhos sao verdadeiros labirintos.

Sao sugeridas algumas rotas (enumeradas de 1 a 8) cada uma com cerca de 20 km com percursos direcionadas.

Começamos pela rota 2, se não me engano essa de 22 km. O sol forte batia nas costas, mas o vento frio da região tornava o calor suportável. No caminho cruzamos com outros ciclistas ou mesmo corredores. Na França a pratica de esportes é algo comum, não havendo idade. Eram crianças, jovens, adultos e ate idosos. Fato curioso foi ser ultrapassado por uma senhora que devia ter no minimo 60 anos. Mas nunca fui orgulhoso do meu preparo físico entao deu pra engolir.
Apos alguns kilometros rodados acabamos nos desviando da rota e mesmo com o mapa nao conseguimos nos localizar. Resolvemos entao partir floresta a dentro em direçao ao lago. A floresta ficara mais densa e o pedal mais complicado; menos rapido mas mais emocionante. Apos uma meia hora tentando localizar o lago descobrimos que nao sabemos interpretar o mapa e nos vimos de novo perdidos. Sugeri que o mapa fosse pra mochila e que seguissemos sem rumo. E uma dezena de kilometros depois retornamos ao caminho principal, o caminho que dava acesso ao castelo.
Cruzamos o longo caminho que devia ter uns 5 km de extensão, talvez mais não sei ao certo. E chegamos no topo de uma colina para contemplar a vista mais incrivel do pedal. Sentamos no topo da colina e ali ficamos pra recuperar o folego.

Na volta deixamos as bikes e fomos fazer uma curta trilha a pé ao lado das arvores. O pedal tinha chegado ao fim.
Perto de 13h e com fome, pegamos as bikes e voltamos pela estrada até em casa, mas não antes de parar num bar e tomar uma boa gelada.

Fizemos ao todo por volta de 40 ou 50 km dentro da floresta. Uma boa experiencia que nos rendeu belas fotos e paisagens.


Matheus Oliveira.

Prefácio

E aew galera, beleza?

Resolvi criar esse blog pra poder compartilhar com vocês um pouco das viagens que fiz no Brasil e no exterior e de outras que ainda pretendo fazer.

Vou colocar aqui dicas de países, cidades e lugares pra se visitar, compartilhando cada aventura e emoção dos meus passeios.

Vou comentar trilhas (a pé, de bike, de moto e de carro) feitas e compartilhar fotos e paisagens pra que vocês possam sentir um pouco desse hobby e estilo de vida que é viajar.

Muitos pensam que pra viajar tem que se gastar uma boa grana, o que é falso. Muito as vezes podemos fazer passeios bem bacanas com o dinheiro que seria gasto em bebidas numa balada.

- Viajar é estar bem consigo mesmo. É aproveitar um pouco do que a mãe natureza tem pra nos oferecer. É contemplar e respeitar o homem e suas culturas e a entender a si mesmo.

Vou finalizar esse singelo prefácio com um poema de Fernando Pessoa:

"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos. "

Espero que gostem do blog e que este possa ser útil à futuros viajantes!



Pé na estrada e rock n' roll!